Todos nós vamos experimentar diferentes sensações de dor ao longo da vida. Ela é um sinal de alerta. Um aviso enviado dos nervos para o cérebro, mostrando que algo no corpo está funcionando de forma errada.

Segundo estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pela Sociedade Brasileira de Estudo da Dor (SBED), 42% dos brasileiros sofrem com algum tipo de dor e cerca de 37% da população apresenta dores crônicas. É algo muito comum, mas com percepções e sensações completamente individualizadas e subjetivas.

A dor é o principal motivo de consultas médicas no mundo todo e a dor lombar e a dor de cabeça são as mais frequentes. Conhecer as especificidades da manifestação da dor é essencial para facilitar a investigação da causa dos sintomas, contribui para que o diagnóstico ocorra de forma precoce e para que sejam iniciados os tratamentos mais adequados para cada caso.

Você sabe o que é dor?

Dor é uma experiência individual, física, sensorial e emocional. Uma sensação desagradável que está relacionada a um dano tecidual que pode ser real ou potencial. Surge como consequência de lesões físicas ou doenças, mas também quando passamos por situações de impacto emocional, como por exemplo, a perda de um familiar.

Este aviso do corpo de que algo está errado é necessário para que o indivíduo busque meios para lidar com a causa do problema. O incômodo movimenta uma ação em direção à proteção do corpo e reparação dos danos.

Qual a diferença entre dor aguda e crônica?

Dizemos que a dor que serve de alerta e ocorre de forma mais momentânea é classificada como dor aguda. Mas existem casos em que a dor persiste, deixando de atuar como um aviso e passando a ser considerada a própria doença.

Dor aguda é uma dor mais passageira. Uma reação mais imediata a algo que acontece no organismo. Pode ser momentânea ou pode se estender por um tempo não superior a três meses. O sintoma surge, mas passa quando a causa da dor se resolve. Pode estar relacionado a um trauma, pancadas, cortes ou pode ser um sinal de doenças articulares, reumáticas, musculares, oncológicas e outras. Para tratar a dor aguda é necessário identificar a causa.

Quando os sintomas duram por um tempo mais prolongado, ultrapassando 3 meses, se caracteriza a dor crônica. Não existe uma forma de definir com precisão quando uma dor aguda se torna uma dor crônica. Geralmente a dor crônica começa como um problema aparentemente simples, mas que com o tempo parece não ir embora. Pode ocorrer de forma intermitente, aparecendo e desaparecendo, ou se manter regular por longos períodos. Muitas vezes a dor crônica não apresenta uma causa específica e passa a ser considerada a própria doença, exigindo um manejo específico. A dor crônica envolve mais que aspectos físicos, envolve alterações emocionais, sociais, transtornos de humor e cognição e impacta até o relacionamento pessoal e de trabalho.

O acompanhamento médico é essencial no tratamento da dor crônica. A sensação de desconforto e impotência levam a sentimentos de desesperança, isolamento social, ansiedade e depressão. O mais importante é ter em mente que existem diferentes caminhos para alívio e melhora dos sintomas. O tratamento varia de acordo com cada caso e os recursos da medicina intervencionista da dor colaboram para a melhora da qualidade de vida e sensação de bem-estar.