Você sabia que a obesidade é considerada uma epidemia mundial? Ela é também classificada como uma doença crônica não transmissível e causa cerca de 2,5 milhões de mortes por ano. É definida como o acúmulo anormal ou excessivo de gordura corporal na forma de tecido adiposo que pode causar riscos à saúde.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica a obesidade de acordo com o cálculo do índice de massa corporal (IMC), que é a divisão do peso (em kg) pelo quadrado da altura (em metros). Nos últimos anos, com o aumento do número de idosos e dos hábitos sedentários, mudanças significativas têm sido observadas no perfil da população brasileira, levando ao aumento das taxas de sobrepeso e obesidade.
Muitas doenças podem ser desencadeadas pela obesidade, incluindo hipertensão, diabetes mellitus, distúrbios respiratórios, osteoartrite, refluxo, problemas psicossociais e alterações posturais, incluindo a hiperlordose lombar. Do ponto de vista do sistema locomotor, a obesidade pode causar inúmeras alterações com um aumento do risco de dor e lesões envolvendo todos os segmentos do corpo, especialmente a coluna vertebral.
Apesar de alguns estudos não apontarem correlação direta entre dor lombar e obesidade, existem muitas pesquisas que demonstram que essa correlação existe. A distribuição da gordura interfere no alinhamento corporal do paciente obeso, levando a uma sobrecarga. Como consequência, podem surgir desvios posturais que levam à instabilidade na coluna de pacientes obesos. Além disso, o excesso de peso dificulta a manutenção do equilíbrio e estabilidade da coluna vertebral, tanto caminhando, quanto parado em pé.
A protrusão abdominal, ou seja a barriga saliente causada pelo acúmulo de gordura no abdômen, distende (estica) os músculos e provoca fraqueza dos mesmos. Isso influencia na estabilidade da coluna e gera um aumento da lordose lombar. Ou seja, a hiperlordose, que pode aparecer em indivíduos obesos, está normalmente associada à fraqueza dos músculos abdominais e à mudança do posicionamento da pelve. Esse conjunto de fatores pode predispor a lombar ao desgaste e sobrecarga, provocando dor.
O que pode ser feito, então, para tratar a obesidade e evitar o aparecimento de dor lombar?
Sempre é bom reforçar que o tratamento depende de cada indivíduo e no caso da obesidade pode envolver intervenções farmacológicas, mudanças na dieta e no estilo de vida, incluindo fortemente a recomendação de atividade física e terapia cognitivo-comportamental. Se o tratamento conservador não for suficiente e após acompanhamento regular por pelo menos dois anos, a cirurgia bariátrica pode ser indicada.
Cuidar do peso é essencial para a sua saúde como um todo.