Você já deve ter ouvido falar que a população está envelhecendo cada vez mais. É um fenômeno global e o aumento da proporção de idosos não aconteceu de forma repentina e inesperada. Vem de transformações ocorridas nas últimas décadas e, ao mesmo tempo que é uma conquista, gera alguns desafios para a saúde, entre eles, a maior incidência de dor.

Apesar do envelhecimento não significar doença, frequentemente ele é acompanhado de dor crônica, que tem impacto na função física, psicológica, mental, emocional e na sensação de vitalidade e independência.

As dores crônicas são caracterizadas como eventos persistentes com duração mínima de três meses, de natureza biopsicossocial e que exigem uma abordagem multidisciplinar. Em geral, as dores crônicas têm se tornado a principal queixa e causa de limitações funcionais nos idosos, afetando de maneira importante a sua independência na realização das tarefas do cotidiano.

Idosos com dor crônica têm maior probabilidade de ter baixa qualidade de vida quando comparados a idosos sem dor. Dependendo da intensidade da dor, da idade, da incapacidade que gera, do tempo de dor, afeta diretamente a saúde como um todo.

Muitas vezes, os processos patológicos envolvidos na dor crônica podem durar anos e geralmente estão relacionados a doenças degenerativas de origem osteomuscular que afetam principalmente os membros inferiores e a coluna lombar. Quando não controlada, a dor crônica pode causar impactos negativos na saúde do indivíduo, como:

  • Rigidez e imobilidade
  • Perda de força muscular decorrente da inatividade
  • Alterações psicossomáticas e do sono
  • Perda de autonomia
  • Piora da funcionalidade e independência
  • Dificuldades ou impossibilidade de realizar atividades de vida diária

Quando o indivíduo sente dor, há uma tendência à imobilidade e diminuição do nível de atividade. Por esse motivo, as dores crônicas são grandes obstáculos para a obtenção de melhor qualidade de vida e, no idoso, são uma das mais importantes causas de morbidade, pois se relacionam fortemente à incapacidade de manutenção de uma vida mais saudável e independente.

Um caminho para a prevenção é a prática de atividade física. Se por um lado o sedentarismo tem sido associado com o aumento de doenças crônicas, a prática de atividades físicas leve, moderada ou intensa tem sido associada com a percepção positiva de saúde de pessoas idosas.

Se o melhor caminho é a prevenção, é preciso dedicação para manter uma vida mais saudável, ativa e independente. E a prática de atividade física faz parte das ações em qualquer fase da vida.