Você sabia que existem muitos casos clínicos em que a dor é tão persistente que chega a prejudicar, de forma significativa, a qualidade de vida das pessoas? São casos que não respondem de forma satisfatória à medicação, incluindo opioides, anti-inflamatórios e outros, e a dor passa a ser o principal problema.
Nesses casos, a medicina intervencionista da dor surge como uma opção para promover o alívio do sintoma e devolver a funcionalidade e qualidade de vida da pessoa. Uma das técnicas usadas pela medicina intervencionista da dor é o implante de eletrodo na medula, ou também conhecida como estimulação ou neuroestimulação medular.

A estimulação medular é uma técnica intervencionista no manuseio da dor que envolve o implante de um ou mais eletrodos no espaço peridural, bem próximo à medula espinhal. Esses eletrodos são implantados a partir de laminectomia ou pela técnica percutânea por meio de uma agulha peridural específica. A técnica percutânea costuma ser a mais usada por ser pouco agressiva e menos invasiva, por não necessitar de anestesia geral e por facilitar o correto posicionamento do eletrodo e obtenção da resposta adequada da área estimulada, por permanecer o paciente acordado.

O método baseia-se em uma teoria conhecida como teoria do portão da dor que, de forma simplificada, mostra que a ativação de fibras específicas de grande diâmetro inibe a transmissão dolorosa das fibras de pequeno diâmetro. Ou seja, a estimulação que o eletrodo faz na medula atinge um tipo de fibra que acaba inibindo a transmissão da informação de dor para o cérebro e o paciente tem uma melhora da percepção do sintoma.

Esta técnica tem sido usada para tratamento de pacientes com diferentes condições dolorosas, atingindo variado grau de sucesso. Alguns exemplos de indicação para o implante de eletrodo na medula são a síndrome pós-laminectomia, síndrome dolorosa complexa regional, neuralgia pós-herpética, neuropatia diabética, dor isquêmica secundária a doença vascular e angina.

No entanto, deve ser utilizado com bastante critério e em pacientes selecionados, que não tiveram boa resposta com o tratamento conservador e que não tenham alterações psicológicas significativas. O ideal é que se tenha uma resposta positiva com alívio de, no mínimo, 50% da dor no período de prova ou teste.

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