Em vários níveis, o câncer é considerado uma doença desafiadora. Caracteriza-se pelo crescimento desordenado de células que se dividem rapidamente, tornam-se agressivas e incontroláveis, invadindo tecidos e órgãos. Quando se torna uma doença crônica, há ainda o desafio de lidar com a dor e sua influência no psicológico, social e emocional.

Para melhor sobrevida dos pacientes oncológicos, é essencial o controle dos sintomas relacionados ao câncer, principalmente o controle da dor que tem impacto direto na qualidade de vida. Estimativas indicam que a dor é vivenciada por 50% a 70% dos indivíduos na fase inicial da doença e, nos estágios mais avançados, esse número pode chegar a 90%.

Controlar a dor de forma efetiva nesses casos, não tem relação apenas com a utilização de analgésicos, mas também requer a atuação de uma equipe multidisciplinar no seu contexto mais amplo. É preciso cuidado biopsicossocial e educação constante dos pacientes e cuidadores.

De acordo com o Consenso Brasileiro sobre Manejo da Dor Relacionada ao Câncer elaborado pela SBOC (Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica), a cada consulta, todos os pacientes devem ser examinados e questionados quanto à presença de dor. Preferencialmente a dor deve ser quantificada e o seu tipo caracterizado.

Avaliações devem ser realizadas cada vez que surgir uma nova dor e repetidas em caso de dor persistente para melhor acompanhamento. A avaliação da dor deve incluir sua intensidade, suas caraterísticas físicas, ritmo e investigar quais são os fatores que desencadeiam a dor e quais aliviam os sintomas. Além disso, para melhor compreensão do quadro, devemos entender o impacto da dor no desempenho de atividades diárias, as respostas aos tratamentos realizados e o efeito negativo no sono e na movimentação.

Os principais objetivos do controle da dor no paciente oncológico incluem proporcionar maior sensação de conforto e melhor capacidade de desempenho para funções rotineiras. Uma vez que a dor está relacionada a múltiplos fatores, são necessárias abordagens abrangentes e muitas vezes com mais de uma intervenção.

Se tiver alguma dúvida, busque sempre orientação e acompanhamento de um médico especialista de sua confiança.

 

REF: https://www.sboc.org.br/sboc-site/revista-sboc/pdfs/38/artigo2.pdf